Alterações Climáticas: «A Escala do Clima» (Ep. 32) (in Rádio Observador/Antena 1)

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Alterações Climáticas: «A Escala do Clima» (Ep. 32) (in Rádio Observador/Antena 1)

O Professor Filipe Duarte Santos convidou o Investigador Principal Pedro Matos Soares a participar no programa Escala do Clima, na Rádio Observador, no dia 5 de maio de 2022, onde foi abordado o impacto das Alterações Climáticas em Portugal e no mundo, exemplificando o último evento extremo na Índia e no Paquistão, que põe à prova o limiar da sobrevivência humana.

 

O Professor Filipe Duarte Santos convidou o Investigador Principal Pedro Matos Soares a participar no programa Escala do Clima, na Rádio Observador, no dia 5 de maio de 2022, onde foi abordado o impacto das Alterações Climáticas em Portugal e no mundo, exemplificando o último evento extremo na Índia e no Paquistão, que põe à prova o limiar da sobrevivência humana.

Destaca-se o Roteiro Nacional de Adaptação (RNA2100) – financiado pelos EEA Grants, promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em parceria com o Banco de Portugal (BdP), Direção-Geral do Território (DGT), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e Direção Norueguesa de Proteção Civil (DSB) - e a necessidade de adaptar os territórios às Alterações Climáticas, passando pela gestão dos lixos e dos recursos hídricos. O Professor Filipe Duarte Santos refere que, até à data desta entrevista, só tinha chovido metade do que seria expectável.

Pedro Matos Soares destaca a importância do Roteiro Nacional para a Adaptação (RNA2100), que tem como missão caracterizar o impacto das Alterações Climáticas nos setores de alta vulnerabilidade em Portugal, como os recursos hídricos e incêndios florestais, promovendo-se o desenvolvimento sustentável, sem nunca ignorar a orla costeira, tendo consciência da sua alta vulnerabilidade às Alterações Climáticas. É preciso esclarecer que é necessário estabelecer cenários de emissões de gases de efeito de estufa, determinando o sinal de Alteração Climática nas diversas variáveis, seja temperatura, precipitação, agitação marítima (mais sobre-elevação marítima em situações de tempestuosidade), estando a montante de tudo isto a subida no nível médio do mar. Estes efeitos atuam cumulativamente na erosão da orla costeira.

É visível uma aceleração destas mudanças, estando o IPCC a projetar uma subida de cerca de 1 metro no nível do mar até 2100, em Portugal. O principal problema não é esta subida, mas sim o efeito conjunto deste aspeto com outros, como a vulgarização da ocorrência de furacões ao largo de Portugal (tivemos os eventos Leslie, Lorenzo, Ophelia – que teve influência nos incêndios de 2017). Devemos impulsionar sistemas de alerta no que respeita a ondas de calor, refere Pedro Matos Soares, recordando a ferocidade das ondas de calor de 2003 e 2010 e a importância de mobilizar as pessoas para esta causa. Devemos fomentar práticas mais adequadas ao nosso clima, tendo de adaptar as nossas práticas por forma a reduzir o risco de incêndio. Afirma que há muito a fazer e que todos os contributos em prol do clima são importantes para influenciar a vida de milhões de pessoas.


Entrevista disponível em:

https://www.rtp.pt/play/p6888/e615012/a-escalada-do-clima

https://cdn-ondemand.rtp.pt/nas2.share/wavrss/at1/2205/PGM2100018103201_404945-2205041429.mp3



Fonte:

Rádio Observador/Antena 1

(Francisco Sena Santos, Filipe Duarte Santos e Pedro Matos Soares)

05/05/2022